Com Ajuda Dos Céus,
Na presente tradução foi utilizada a as letras CH para representar as letras Chaf e Chet do alfabeto hebraico, na transliteração das palavras hebraicas o Ch soa como RR em português, como em caRRo.
Tibéria, Israel durante o Império turco-Otomano
Rabino Yisrael Dovber nasceu em 1888 em Tibéria, um pequeno vilarejo nas redondezas do mar da Galiléia , quando eretz Yisrael
(terra de Israel) estava sob o controle do império Turco-Otomano.
Sua família era da distinta linha Chassídica Karliner, um grande e famoso segmento Chassídico, seu pai era cego e sua mãe fabricava pão em casa para sustentar a família. Eles viviam numa pequena casa em grande pobreza. À noite antes de ir dormir, toda família espalhava os colchões no chão. Eles jantavam somente pão com um pouco de cebola. O jovem Yisrael Dovber estudava na Yeshiva (escola onde se estuda a lei oral, o talmud), A yeshivá do Rebbe Meir Ba'al HaNess em Tibéria esta até hoje localizada na base das montanhas perto do mar. Desde pequeno o jovem Yisrael Dovber dava seu almoço para os pobres da cidade em mérito da mitzvá de TZEDAKÁ (caridade e justiça). Ele ficava sem forças, faminto, sentia dores de cabeça terríveis. Seu professor notava que o jovem Yisrael Dovber não tinha muito empenho, e achava que ele era preguiçoso ele o punia severamente. Mesmo com tantos problemas Yisrael Dovber continuou fazendo atos de caridade, mesmo com tantas tribulações.
Em casa seu pai dava a cada criança um pouco de óleo para suas lâmpadas. Yisrael Dovber usava para cada noite recitar o Tikkun Chatzot a prece da meia noite, quando seu óleo acabava ele recorria ao suprimento de óleo da família para continuar suas devoções a D-us noite adentro, e no fim da semana não tinha mais óleo para o Shabat. Seus pais sabiam que o pequeno Yisrael Dovber tinha finalizado o óleo nas suas devoções a D-us.
Yisrael Dovber crescia servindo D-us com grande e genuíno fervor religioso. Ele também jejuava na véspera de cada Rosh Chodesh (lua nova, início do mês judaico). Ele enfrentou grandes batalhas contra suas más inclinações, pois todo homem tem dentro de si duas inclinações uma construtiva e outra destrutiva, ainda assim ele sentia que faltava algo no seu serviço a D-us. Ele procurou consultar os anciãos e grandes líderes que eram conhecidos por sua natureza piedosa e temor a D-us no que diz respeito a duvidas e tentações. Mas ele recebeu respostas parciais e não conseguiu saciar sua sede por purificação. Sua alma fervia de temor a D-us. Ele queria se aproximar do Criador quanto fosse possível a um ser humano. Esse era seu propósito.
Ele queria estudar a Torah e crescer espiritualmente. Sua família que sofria de extrema pobreza, queria que ele trabalhasse para ajudar a sustentar a família, mas ele categoricamente se negou a diminuir seu serviço Divino. Eventualmente eles aceitaram e permitiram que ele continuasse no seu caminho espiritual. O tempo passou e jovem adolescente tinha grande anseio por santidade em pensamento, fala e ação, e suas devoções a D-us continuaram. Mesmo assim ele carecia de técnicas e armas na luta contra as más inclinações, suas paixões, limitações de caráter, e necessidades físicas. Ele sonhava e tinha esperança por perfeição espiritual. Ele queria servir D-us em absoluta simplicidade. Um dia ele estava na Yeshiva, Yisrael Dovber achou um livro sem capa jogado no lixo. Ele o removeu na pura intenção de dar devido cuidado a objetos sagrados. Mas antes de remover ele leu um trecho ele ficou chocado ao ver este livro, o livro "expansão da alma", ensinava como se aproximar de D-us em absoluta simplicidade e verdade, e como se tornar puro e atingir a mais elevada bondade e principalmente as aspirações espirituais, um presente do Céu para uma alma que buscava o propósito último e realmente elevado. O Livro afirmava que através de confissões a D-us, privadamente, relatando a D-us seus problemas, chamado "Hitbodedut", ele poderia alcançar grande elevação espiritual. Essa era o método secreto dos sete sagrados pastores do povo Judeu: Abraão, Isaac, Jacob, José, Moisés, Josué e David, que se tornaram completamente justos, unicamente através deste método de conversa privada e pessoal com o Criador do céu e da terra.
Imediatamente Yisrael Dovber começou implementar esta técnica. Ele correu para as montanhas ao redor da Yeshiva e falava com D-us como se fosse seu melhor amigo ele lhe contava tudo desde planos até coisas que tinha feito no passado, expondo seu coração ao Criador. Esta técnica foi tão efetiva que logo ele viu resultados. Seu coração ficou aliviado, o seu sentimento de deficiência diminui, e gradualmente ele notou consequências espirituais notáveis. Mas todos na Yeshiva, Rabinos e estudantes o desencorajaram, e o proibiram de ler este livro. Eles arrancaram o livro dele a força. De qualquer forma ele conhecia o livro inteiro, e ele era capaz de continuar estas praticas sagradas, mesmo sem o livro.
Seus professores e amigos disseram: "se afaste deste e todos os livros Breslev", "BRESLEV" foi isso que vocês disseram? Yisrael Dovber queria saber mais sobre este proibido grupo Chassídico chamado Breslev, mas como? O livro dizia que qualquer coisa poderia ser obtida através de preces e Hisbodedut.Então Yisrael Dovber começou a pedir intensamente para que D-us enviasse alguém para lhe ensinar os caminhos da CHASSIDUT BRESLEV!
MERON : O Sagrado Local Da tumba do RABBI SHIMON BAR YOCHAI
A um dia de jornada sobre um jumento de Tibéria se chega a Meron, uma pequena vila com a sepultura sagrada do Rabi Shimon Bar Yochai, o sábio do Talmud e autor do Zohar, o livro misticismo tradicional judaico, a Cabalá. Alguém lá nunca abandonava a sepultura do famoso rabino, a semana toda ele rezava e estudava por lá retornando para casa e família em Tzefat, somente no Shabat. Ele era um TZADIK (pessoa com o mais alto grau de elevação e justiça). Dia e noite ele botava seu coração diante de D-us neste local sagrado, onde as preces sobem com grande força. O TZADIK oculto, se chamava Rabi Yisrael Karduner, que o seu mérito nos proteja!
Ele cresceu numa rica família do leste Europeu, e tinha um seguro futuro como administrador nos negócios da família. Mas depois que ele descobriu sobre a Chassidut Breslev, ele fugiu para Uman, o local onde esta enterrado, o Rebbe Nachman de Breslev, fundador e líder único da Chassidut Breslev, onde ele permaneceu muito tempo rezando na sua sagrada sepultura.
Posteriormente ele se mudou para a terra de Israel com grande auto-sacrifício e privações e achou um local para suas intensas devoções em Meron. Por nada ele abandonaria a elevada serenidade espiritual de Meron, que na época era desabitada e raramente visitada por alguém. Mas ele começou a sofrer as terríveis dores do reumatismo. Ele lutou por algum tempo para anular estas dores através das suas fervorosas devoções, mas as dores aumentaram tão severamente que ele foi forçado mesmo contra sua vontade a viajar para Tibéria com intenção de mergulhar nas famosas e quentes fontes termais para curar suas aflições. E lá que ocorreu o contato crucial entre mestre e discípulo.
Aqui, diz Yisrael Dovber, eu quero relatar só uns fatos que mostram um breve vislumbre da santidade do Rebbe Nachman, visto através do meu mestre e professor, Rabi Yisrael Karduner, de abençoada memória, um dos gigantes da Chassidut Breslev do fim do século dezenove.
Eu ansiava minha vida toda para relatar como foi que eu me aproximei do meu professor, o sagrado e justo Rabi Yisrael Karduner, através dele tive o mérito de conhecer nosso grande mestre, Rebbe Nachman de Breslev, que seu mérito nos proteja!
E que no mérito do meu professor e suas elevadas devoções e fé, seja a vontade do Criador que seja divulgada e conhecida os ensinamentos do Rebbe Nachman, transformando em luz e bondade este mundo imerso em escuridão, preenchendo as palavras do Profeta Isaías,
"O mundo será preenchido com sabedoria de D-us assim como as águas cobrem o fundo do mar" [Yeshaiahu 11:9]. Desde criança, D-us me abençoou com uma alma que ansiava em se aproximar de D-us. Meus ancestrais por gerações seguiam a Karliner Chassidut, e eu sendo um temente a D-us, estava fortemente conectado com os Chassidim de Karliner. Foi quando eu tive grandes desafios e batalhas no serviço a D-us, como todos os iniciantes, independente da idade, isso requeria técnicas, conselhos, e encorajamento para suceder corretamente na guerra contra as más inclinações.
E eu procurei uma cura para minha alma a um ponto que eu me humilhava na frente dos líderes chassídicos, e anciões da geração, e mestres da Cabalá. Eu sempre lhes suplicava e me lamentava sobre minhas aflições espirituais. Pois eu temia ao Eterno e estava numa situação de sofrimento de ambos os lados, das demandas das mas inclinações para pecar e as demandas do Criador na batalha para superar a parte negativa minha natureza.
E eu não tinha satisfação espiritual, embora explicasse para esses lideres das minhas aflições e problemas, mas eles não me davam atenção, e tão pouco, soluções. Ocasionalmente eu recebia algum estímulo nas minhas devoções a D-us, mas, uma completa cura, eu não achava. E desta experiência eu vi com meus olhos que o Bendito D-us, o Criador do céu e da terra não nega a recompensa das suas criaturas. Pois eu tinha me sacrificado muito revelando minhas aflições do meu coração e estes grandes líderes. E como recompensa pelo meu constrangimento e esforço na busca pela cura espiritual e tive o mérito de me aproximar do grande mestre Rebbe Nachman de Breslev, "O rio que transborda, fonte de sabedoria. " [Provérbios 18:4].
O primeiro evento que me introduziu nos ensinamentos do Rebbe Nachman ocorreu, quando eu achei o livro sem capa no lixo da Yeshivá. Por que é proibido deixar um livro sagrado em condição tão indigna, eu removi com intenção de enterra-lo de forma honorável. Eu peguei o livro e deu uma olhada, pois eu sempre amei todos livros sagrados,
e constantemente os lia para confortar minha alma. Quando olhei com atenção, eu vi escrito o titulo, Hishtapechut HaNefesh. [A Expansão Da Alma]. Como disse o título, assim foi.
Eu vi que milagrosamente o Todo poderoso arranjou este incidente para minha salvação pessoal. Ao invés de enterrar o livro, como é costume quando um livro se torna inválido eu o guardei e comecei a ler dia e noite. Ele se tornou precioso para mim, e de fato começou a me curar.
Depois do meu Bar Mitzvah eu estava estudando na Yeshivá Rabi Meir Ba'al HaNess, que se localiza nas encosta do mar com as montanhas de Tibéria. Eu li neste livro, que através das preces e conversas com D-us, uma pessoa pode obter tudo que ela precisa na vida, ambos espiritualmente e materialmente.
O livro mostrou que a melhor maneira de se aproximar com D-us, bendito seja ele, através das preces pessoais e meditação. Esta técnica se chamada Hitbodedut (isolação), que se consiste em falar na língua que uma pessoa normalmente fala. Rebbe Nachman diz que alguém que se dedica com sinceridade nesta pratica, pelo menos uma hora ao dia, terá o mérito de falar palavras que serão sagradas e com espírito profético:
"Hitbodedut é uma grande virtude e realmente uma válida forma de se aproximar de D-us. Toda pessoa deve se sentar sozinho uma certa hora ao dia, ou noite para esta pratica. Durante este tempo ele deve falar seus sentimentos internos a D-us na língua que normalmente costuma falar. A razão para isso é que mais fácil se expressar claramente na língua que normalmente fala. Uma pessoa deve contar a D-us tudo que ha no seu coração. Isto inclui arrependimentos em ordem de se comprometer a mudar seus comportamentos e atitudes, pedidos e súplicas a D-us com intenção de se aproximar dele. Se alguém não achar as palavras e meios de se expressar a D-us deve chorar e suplicar por ter se tornado tão distante de D-us a ponto de não achar nada para falar. Ele deve solicitar misericórdia e graça, e que ele com sua grande misericórdia te ajudará e com o tempo você abrirá sua boca e seu coração para D-us. Toda pessoa, de acordo com suas dores da alma, mesmo distante de D-us, deve expressar esta dor.
O valor desta elevada pratica não pode ser adequadamente explicada ou medida. Este método é mais elevado do que qualquer coisa e inclui todos mandamentos e ações da Torah. Através disto uma pessoa pode alcançar todo o bem possível, neste mundo e no mundo vindouro,
(Olam Habá). Qualquer coisa que uma pessoa deseja pode ser obtido através de preces e suplicas. Todos os grandes Tzadikim (justos) do nosso povo conseguiram sua excelência espiritual somente através desta pratica. Uma pessoa inteligente entenderá por ela mesma a grandeza disto. Feliz é aquele que senta uma hora cada dia e todos os dias [para grande introspecção e hisbodidus] e o restante do dia será gasto em alegria e felicidade. [Hishtapechut HaNefesh]
Como minha Yeshivá ficava na base das montanhas, eu tinha uma excelente oportunidade para tentar por em prática os ensinamentos do livro. Eu ia periodicamente a um local escondido e tentava implementar as lições.
Nesta época eu não sabia quem era o autor, eu não tinha nenhum conhecimento de Chassidut de Breslev, mesmo sendo familiar com diferentes grupos Chassídicos. De fato eu estava buscando intensamente por uma cura espiritual, e quando pensava honestamente sobre isto, eu vi que este livro estava me curando. Este é o poder da simplicidade e da verdade, que teve mais impacto em mim do que milagres sobrenaturais.
Esta é a idéia principal, isto em todas as situações, boas ou más, uma pessoa pode insistir com seu livro arbítrio para servir D-us, eu vi o maior milagre de todos. Eu desenvolvi um grande amor a este livro, e ainda continua minha constante companhia. Eu costumava ler de ponta a ponta, e recomeçava novamente. Os ensinamentos me deram outra luz e me protegeram contra todas armadilhas na vida. Eu vi o andamento das mudanças internas, tão grandes como a distancia do céu da terra. E mesmo sem saber o autor do livro, o efeito foi impressionante.
Um dia um chassid, veio ao meu quarto. Quando ele viu o livro nas minhas mãos ele disse: "Você esta olhando um livro destes? Não é um livro Breslev?" (Esta foi a primeira vez que eu ouvia o nome Breslev.) Então eu disse a ele, "Se não gosta dele, não o leia, mas eu vou continuar lendo". Então ele puxou o livro das minhas mãos e saiu correndo com ele. Eu já eu conhecia o livro por inteiro, de coração, eu continuei com seus ensinamentos. Agora que eu tinha ouvido o nome Breslev, eu supliquei ao santificado Criador conduzir alguém que me guiasse na Chassidut Breslev. Eu deduzi, pela forte oposição que testemunhei um sinal da grandeza deste livro. Minhas preces foram ouvidas, pouco depois deste incidente eu conheci o Rabino Yisrael Karduner, de abençoada memória, que me introduziu nos ensinamentos do Rebbe Nachman de Breslev.
Rabi Yisrael Karduner era uma figura memorável. Ele viveu no tempo do Rebbe Nachman. Meras palavras não são adequadas para descrever o que vi deste grande justo. Ele viveu com uma grande ligação a D-us, qualquer um que olhasse ele imediatamente sentia sua santidade. Desde então eu não vi, ou ouvi tanta devoção no comprimento dos mandamentos de D-us. Quando rezava ele não estava neste mundo de fato.
Todas as suas ações entre D-us, e entre as pessoas eram para santificar o nome de D-us, e sua face constantemente exalava santidade.
Rabi Yisrael Karduner serviu a D-us com magnífico fervor e vitalidade. Todos que o conheceram, ou mesmo quem ouviu sua voz, incluindo aqueles que se opunham ao movimento Breslev, se sentiram subjugados na sua presença e suas objeções acabavam completamente e eles o respeitavam e o viam com grande respeito.
Mesmo sua família não o distraia do seu serviço a D-us. Eles viveram em Tzefat, quando ele passava a maior parte da semana em Meron, retornando para casa só no Shabat, (sábado), para cumprir suas obrigações matrimoniais. Meron, quase desabitada nesta época, era como o jardim do Éden. Lá em Meron ele ficava rezando na tumba do Rabi Shimon Bar Yochai, (RaSHBI), imerso em prece e grande introspecção.
Seguindo o conselho do Rebbe Nachman. Pedindo ao Etern-o para me introduzir na Chassidus Breslev, eu nunca sonhei que um grande homem, constantemente imerso nas Tefilot (preces), poderia viajar até minha casa em Tibéria!
Nesta época, Rabi Yisrael Karduner começou a sofrer dores terríveis. Com o aumento da sua agonia e ficou impedido de executar suas devoções. Ele sentia cada membro do seu corpo como se estivesse sendo cortados por facas. Rabi Karduner pensou nisso como um sinal para viajar para Tibéria para imergir nas fontes termais. Sem saber ao certo se essa era a vontade do todo poderoso, ele não queria deixar Meron e a sagrada tumba do RaShBi. Ele achou que isto era um teste que ele poderia superar através das suas preces e suplicas. Por muito tempo ele lutou com estas dúvidas. Finalmente, quando a dor ficou intolerável ele conclui que de fato deveria ser a vontade de D-us. Ele preparou tudo para a viagem a Tibéria, levantando cedo para partir, sem atraso e possíveis duvidas, como o patriarca Abraão, quando cumpria as ordens de D-us. O Todo Poderoso então providenciou estes eventos para que Rabi Yisroel Karduner entrasse em contato comigo.
Meus pais estavam desesperadamente pobres, eles trituravam café para vender em Tibéria. Eles arrecadavam o suficiente para comprar pão. Durante a primeira guerra mundial os estoques de café foram esgotados sem previsão de novas remessas, e nos ficamos sem nada, sem renda nenhuma.
Um dos meus primos, Chayim Binyamin Barzel, vivia conosco, ele era filho do irmão da minha mãe e órfão desde criança. Minha mãe o criou como seu próprio filho. Quando ela lhe disse que agora não havia mais comida nem dinheiro, ele sugeriu que ela assasse e vendesse pão. Quando minha mãe perguntou, incrédula, como ela iria comprar farinha, meu primo convenceu o vendedor do moinho para lhe conceder uma compra de farinha à prazo. Minha mãe começou a assar no domingo, em poucos dias depois, na quinta feira de noite, Rabi Yisrael Karduner, que a pouco tinha chegado em Tibéria vindo de Meron, conheceu meu primo Binyamin. Eles conversaram um pouco, e quando Rabi Yisrael Karduner perguntou onde ele poderia comprar pão, Binyamin, comemorou por ter encontrado um comprador, imediatamente enviou ele para a casa da minha mãe. Isto aconteceu no final do dia, e nossa casa estava tomada por crianças, que geralmente comem muito pão, foi um milagre ainda ter pão para vender quando Rabi Yisrael Karduner chegou. Pela sua aparência e postura e tive a nítida impressão que ele era um dos trinta e seis Tzadikim (justos) ocultos, como diziam os grandes líderes do nosso povo diziam a seu respeito. Eu sabia que através dele poderia achar algo na minha busca pelo cumprimento dos mandamentos de D-us. Eu fiquei exultante, e como poderia começar a conversar com alguém tão elevado e que transcendia tempo e espaço. E mais, se mesmo assim como poderia começar um dialogo, com alguém tão digno e sagrado?
Eu ainda estava pensando nisso quando, Rabi Yisrael Karduner pagou me pelo pão e perguntou se ele poderia lavar as mãos e comer na nossa casa. Eu me senti ligado à ele, e vi que ele estava ciente dos meus pensamentos. Isto era de noite, e a casa estava cheia de colchões para as crianças dormirem, e não havia um quarto para hospeda-lo. Eu estava convencido que meu pai não iria receber um hospede nestas condições. Mesmo assim eu perguntei, meu pai não só permitiu, mas também ofereceu a ultima comida remanescente que possuíamos. Eu estava surpreso que meu pai tinha concordado, pois ele deveria acordar cedo para assar mais pão.
Rabi Yisrael Karduner sentou e lavou suas mãos. Eu ofereci o que restara de cebola para comer com o pão, ele recusou dizendo, "Meu costume é comer somente pão e chá. "
Eu preparei para ele um chá, e então, pensando eu que todos estavam ainda acordados, eu lhe disse, "Você sabia que o Etern-o enviou você aqui para salvar minha alma?" Rabi Yisrael Karduner ficou comovido pela minha pergunta, desde já ficou claro que para ele exatamente por que ele foi forçado a deixar Meron. Neste momento uma especial ligação surgiu entre nos. Quando Rabi Yisrael Karduner lavou suas mãos, ele disse a benção silenciosamente, com a suavidade de um agradecimento a um amigo, (D-us), pelo favor que lhe consentiu ao suprir suas necessidades materiais, eu fiquei comovido com isso, e Rabi Yisrael Karduner percebeu meus sentimentos. Ele agora viu claramente como a Divina Providencia tinha o levado para minha casa logo que ele chegou em Tibéria, e daquele momento em diante ele se ofereceu para me ajudar em tudo, de coração e alma. E incluindo o preceito de amar todo judeu, nativo ou convertido, justo ou pecador, é impossível explicar a ligação que existiu entre nos, de mestre para discípulo.
Depois do Rabi Yisrael Karduner terminou a benção depois da refeição, o Bircat HaMazon, eu perguntei a ele que ficasse a vontade caso quisesse dormir ele não queria incomoda-lo mais . Ele disse que iria passar a noite estudando e rezando na sinagoga ao lado. Eu o escoltei até a rua, logo apos sair da soleira da porta eu comecei a chorar aos prantos, eu queria evocar sua grande compaixão ter garantia que ele não me deixaria desamparado de tamanha e preciosa amizade. Eu disse tudo que me ocorreu, desde a descoberta do livro, Hishtapechut HaNefesh, e como eu pedia D-us para me introduzir na Chassidut Breslev. Em Rabi Yisrael Karduner, eu vi uma Divina mensagem como respostas as minhas preces, então eu disse a ele, "Agora D-us arranjou todos estes eventos milagrosos para que eu pudesse conhece-lo, eu lhe peço que tenha piedade de mim e me ensine tudo necessário para curar minha alma! "
Quando ele ouviu tudo isso ele ficou muito comovido. E assim continuei a contar sobre minhas dores espirituais, ele ouviu com muita atenção. Finalmente ele começou a falar, cada palavra que fluía da sua boca me curava e renovava todas minhas forças vitais, de um jeito que eu nunca tinha sentido desde o dia que tinha nascido. Ele falou do nosso mestre Rebbe Nachman, que seus ensinamentos e sua grande luz foi feita justamente para curar todas as minhas necessidades e deficiências. Nos caminhamos até a sinagoga Karliner, que estava fechada, e tinha outra sinagoga ali perto, e uma terceira sinagoga usada pelos grandes sábios discípulos do Baal Shem Tov, como os grandes Tzadikim (justos reconhecidos do povo judeu), Rabi Avraham Kalisker e o Rabi Menachem Mendel of Vitebsk. A sinagoga ficava perto do Mar da Galiléia, e no inverno, durante as estações chuvosas, a água a inundou. As mesas estavam com a metade de sua altura coberta pela água. Todos os livros tinham sido removidos, deixando o shiul abandonado e aberto. Nos entramos juntos e nos sentamos. Rabi Yisrael Karduner botou seus livros, Talit (xale de oração) e Tefillin (filactérios), e pegou do seu bolso velas e fósforos. (Ele sempre carregava velas e fósforos onde quer que fosse, nesta época estes itens eram muito caros e para poucos.) Então Rabi Yisrael Karduner abriu o livro do Rebbe Nachman, Likutey Moharan, e começou me ensinando a lição entitulada: "Aquele que tem piedade vai lidera-los" [11:7]. Nos estávamos tão absorvidos na lição que nem nos incomodou a água dentro da sinagoga. Nós ficamos sentados aprendendo até de manhã cedo, quando, eu ouvi minha mãe chorando, "Onde esta meu filho?" Eu percebi o grande problema que a minha ausência causou. A massa de pão que minha mãe tinha preparado para assar se estragou, desde que eu não estava lá para ajudar a amassar outra mistura. A família inteira estava furiosa e começaram a gritar comigo, querendo saber onde eu estava e por que sai de casa aquela hora. Eu não queria causar problemas, somente tinha ficado tão absorvido pelo estudo que perdi a noção do tempo. Eu agora estava certo que Rabi Yisrael Karduner era um dos trinta e seis Tzaddikim ocultos, a Torá que ele me ensinou era fantástica, Rabi Yisrael Karduner permaneceu lá até amanhecer, quando ele foi rezar com a congregação. Depois de todo este incidente eu o achei na sinagoga Karliner. Tibéria era uma pequena cidade naqueles dias, e quando as pessoas ouviram minha mãe chorando a cidade inteira ficou alarmada. Eles disseram que eu tinha morrido, D-us proíba! Eles começaram a me interrogar, e minha mãe disse que um certo Judeu que tinha vindo de noite para comprar pão. E eu tinha saído sem retornar, e de manhã minha mãe tinha me achado com este judeu na sinagoga inundada. Minha mãe não sabia que Rabi Yisrael Karduner era um Chassid Breslev, mas as pessoas da cidade sabiam, depois retornei para casa e na manhã seguinte todos disseram, "Na noite passada Yisrael Dovber foi forçado a se converter para a Chassidut Breslev . "Esta foi a primeira vez que eu tive certeza que Rabi Yisrael Karduner era um Breslover Chassid. De lá para cá Rabi Yisroel Karduner e eu nunca nos afastamos. Eu testemunhei as minhas preces sendo atendidas através do hitbodedut, comprovando a grandeza dos ensinamentos do Rebbe Nachman, quando D-us enviou um grande mestre para dentro da minha casa. Eu vi milagre que foi Rabi Yisrael Karduner, sendo forçado pela providencia Divina a deixar Meron para ajudar-me, estivemos fortemente conectados com muito respeito e admiração que todas as águas do mundo não iriam esfriar uma amizade entre nós. Eu soube que se mesmo todo o mundo tentasse nos separar eles não iriam ter êxito. De qualquer forma, o mundo persiste em se opor a Chassidut Breslev. As pessoas começaram a expressar suas oposições a mim com grande desprezo. "O que é verdade é que Rabi Yisrael Karduner é um grande homem" Eles me disseram, "Mas ele é um Breslev e esta a sua falha" (Eles não percebiam que sua grandeza estava intimamente ligado ao fato de ele ser um Breslover Chassid, através disto ele possuia retidão, santidade, e amor a D-us.) Quando eles viram que suas palavras não tinham efeito em mim, eles foram ao meu pai, que estava cego nesta época, e disseram, "Seu filho se tornou um Breslev Chassid, e fica aí vagando pelas montanhas falando com D-us. Eles pediram ao meu pai para me convencer a abandonar a Chassidut de Breslev.Quando meus pais ouviram todas estas palavras ameaçadoras dos outros Chassidim, eles ficaram muito amedrontados meu pai achava que eu iria ouvi-lo e abandonar o movimento Breslev, pois até agora sempre ouve um tremendo amor e carinho entre nos. Um dia ele sentou ao meu lado e disse: "Eu sou um Karliner Chassid, você pode escolher para você qualquer linha Chassídica, exceto a Breslev".
Eu disse, "De Qualquer forma, eu vi a mão do Etern-o arranjando estes eventos para eu conhecer um grande homem da Torah como Rabi Yisrael Karduner, a luz que eu vi, as curas espirituais que recebi não podem ser imaginarias. Meu pai ficou em silencio, e eu continuei: "Não posso revelar para você tudo que esta no meu coração, minha resposta o deixou desnorteado.
Na minha vida eu nunca me rebelei contra suas mínimas solicitações,
sempre o tratei com grande respeito, especialmente depois que ele ficou cego, mas nestes eventos eu disse que não iria obedece-lo.
Minha determinação e reação convenceram meu pai que todos os seus medos eram justificados, e ele ficou até mais contrariado, e inflexível, contra mim. Ele viu que seu poder de influencia não existia mais, e ele decidiu empreender uma guerra contra mim e abandonar as responsabilidades do meu casamento. (Eu estava de casamento marcado nesta época.) Mas minha mãe se após a esta ideia, dizendo que ainda era seu filho e ia enfrentar os eventuais desgostos desta situação até eu me casar. Ela lamentava que as noticias desta disputa chegaram até a casa da minha noiva, que vivia em Tzefat.
Como consequência, uma grande discussão seguiu na nossa família, e finalmente, no Shabat, meu pai me expulsou de casa. Eu fui para a sinagoga próximo da casa do Rabi Yisrael Karduner. Meu pai, que era cego, ficou em casa, enquanto minha mãe foi consultar outras autoridades, primeiro ela foi ao Rabi Mordechai de Slonim, que me amava como um filho e sempre me ensinava a Mishná e o Zohar. Quando minha mãe perguntou sobre isto ele disse: "Seu marido esta certo, deve ser feito tudo possível para afasta-lo". Quando minha mãe ouviu isso, ele ficou muito temerosa. Rabi Mordechai avisou ela para abordar Rabi Yisrael Karduner, para dizer como ela e o marido estão aflitos e sofrendo por essa situação e pedir para se afastar dele.
Quando minha mãe foi para a casa do ilustre Rabino ela estava muito braba, ela se posicionou na sua frente e suplicou com mãos levantadas, ela estava chorando em prantos, assim como por uma pessoa morta. Ela falou tudo que estava no coração dela dizendo:
"Você é um bom e justo judeu, tenha piedade de mim e meu marido. Pois isto é uma questão de vida ou morte, mande meu filho embora e não deixe o estudar com você. Rabi Yisrael Karduner ouviu suas palavras com grande paciência. Ele sabia de grande ligação espiritual que havia entre nós, que mesmo se todos os reis e o mundo não podiam nos separar. Finalmente ele replicou: "Eu não posso mandar qualquer judeu deixar minha casa. Mas se você quer um bom conselho, de um amigo, deixe seu filho só, e não interfira nos seus assuntos espirituais."
Na sua grande tristeza e desespero ela desmaiou, ela não tinha os sinais vitais, ele estava com os sinais de morte súbita de acordo com as pessoas que a socorreram, eu estava sentado na sinagoga perto da porta quando subitamente ouvi as pessoas dizendo, "Rivka, (minha mãe), tinha morrido!" Eles tentaram a reanimação ela com vários remédios, e eu ouvi eles dizendo, "Vocês viram, o que ele fez a própria fez a mãe!". Eu estava arrasado e desesperado e comecei a vagar, na realidade, eu tinha errado causando muito problemas para meus pais, e aí eu pensei que eu poderia ter deixado eles em paz e seguido a Chassidut Breslev mais tarde.
Você certamente pode imaginar meu alívio depois de duas horas da sua morte, sinais de vida começaram e aparecer nela. Uma terrível degradação do nome de D-us todo poderoso foi evitada, as pessoas culparam o meu envolvimento com a Chassidut Breslev de ter causado a morte dela. Sua ressurreição na casa do Rabi Yisrael Karduner, foi literalmente um caso de um ressurreição de um morto, o qual ninguém pode explicar de forma racional. Desde que ela ficou sem reação por duas horas, depois que ela reviveu ela continuou a sofrer por muito tempo com dores insuportáveis. Quando eu vi que eu ainda tinha mãe, eu estava tão aliviado que mesmo pensando em conceder a demanda dos meus pais para eu abandonar a Chassidut Breslev temendo a possibilidade de isso acontecer novamente.
O D-us todo poderoso concedeu outra bondade a mim, que previamente estava de casamento marcado. Se isto tivesse acontecido eu não teria chance de encontrar uma moça para casar depois de tremenda oposição que existiu contra os Breslev.
Quando as pessoas da cidade visitaram meu futuro sogro e falaram do meu envolvimento com a Chassidut de Breslev, ele disse, "Não se preocupe depois do casamento dele certamente ele vai desistir de continuar com isto". Eu tinha me envolvido com Chassidut de Breslev no inverno, o dia do meu casamento tinha sido marcado para o próximo mês hebraico de Elul, fim do verão. Nesta época havia uma fome generalizada, e meu futuro sogro, que era uma homem justo, e temente a D-us, escreveu para minha família que ele não poderia bancar os compromissos do casamento, pois ele não tinha dinheiro suficiente. (Segundo o costume que o pai da noiva deve pagar as despesas do casamento). Rabi Yisrael Karduner, estava determinado que eu deveria me casar, assim me tornaria uma pessoa completa e com mais recursos espirituais para seguir os ensinamentos do Rebbe Nachman. Ele pensou profundamente sobre o assunto e finalmente decidiu viajar de lugar em lugar para coletar dinheiro em meu benefício. Ele deu este dinheiro aos meus pais para eles comprarem minhas roupas e tudo necessário para o dia do casamento. Quando Rabi Yisrael Karduner foi a Tzefat, eu enviei uma carta ao meu futuro sogro, autorizado pelos meus pais, declarando que eles queriam o casamento acontecesse no dia previsto e eu estava abandonando minha preferência por um dote.
Com a intenção que meu casamento aconteceria como planejado, Rabi Yisroel Karduner permaneceu em Tibéria. Ele claramente viu a mão de D-us em nosso casamento, e ele assumiu a responsabilidade de ficar comigo e me ajudar em qualquer situação. Eu também não queria me separar da presença de um grande Tzadik como ele. Quando o mês Elul veio era o dia de viajar para Tzefat para casar, eu estava preocupado na possibilidade de não ter oportunidade futura para estar junto com Rabi Yisrael Karduner. Tendo visto todos os obstáculos entre nós e temi que nossa ligação fosse acabar, eu perguntei ao Rabi Yisrael Karduner para fazer uma declaração formal comigo, como o pacto entre Ruth e Naomi, e que deveríamos nos encontrar diariamente para uma lição de torah, aprendendo juntos e servindo ao D-us todo poderoso. O pacto foi feito e mantido em segredo. Nos fizemos o pacto na tumba do grande Rabi Akiva, de abençoada memória, onde nos ficamos rezando a D-us com lagrimas e grande fervor nesta época.
O pacto foi feito no mesmo dia que minha família viajava para Tzefat para meu casamento, quando minha mãe estava convencida que meu contato com Rabi Yisrael Karduner tinha acabado, no meio da jornada nos vimos Rabi Yisrael também se deslocando para Tzefat.
Uma confrontação começou, depois da cerimônia, entre Rabi Yisrael Karduner e eu, e no outro lado meu sogro e os anciãos da cidade. Eu estava num estado tão degradado que quando nos deixamos a cidade crianças queriam atirar pedras e pedaços de madeira em mim e me chamar de nomes a um ponto que eu quase perdi meu controle.
Quando meu sogro viu isto ele começou a pressionar minha esposa Esther, para pedir o divórcio. Ela se recusou, dizendo: "Se esta é minha porção na vida então assim será". Eu vi a lealdade dela e grande bondade que Criador me concedeu, bendito seja ele!
Uma vez que a questão do divorcio tinha ficado de lado, nos precisávamos um lugar para viver sem perturbações. Próximo da casa do Rabi Yisrael Karduner tinha uma pequena casa que ele fez a gentileza de alugar para nos. Ele foi como um pai e mãe para nós, preocupado sempre com as nossas necessidades. Mesmo se ele estava comendo somente migalhas de pão, para nós ele queria o melhor. Aqueles dias do pacto que nos fizemos (eu e o Rabi Yisrael Karduner de estudo, instrução e oração juntos) foram dias de vida verdadeira, sem ilusões, algo separado deste mundo terreno. Meu contato com Rabi Yisrael Karduner durou até o dia que ele me disse que sua hora de partir estava se aproximando. Nós prevemos a grande escuridão, e ateísmo que estava se aproximando como o Rebbe Nachman já tinha falado previamente, uma escuridão impossível de descrever, e ele falou da dor e sofrimento que ele sentia por causa disso. Nós estávamos naquela época tão imersos em nosso serviço ao Altíssimos que eu não poderia conceber que nosso contato estava se acabando. De qualquer forma, eu vi que o Rabi Yisroel Karduner estava correto, e toda hora que ele não se sentia bem eu temia que seu fim tinha chegado ele abandonaria este mundo. Durante os cinco anos do nosso pacto, Rabi Yisroel Karduner e eu enfrentamos grandes opressões, incluindo guerras e fome generalizada, que tornou muito difícil aprender juntos.
De qualquer jeito, simplesmente estar com ele foi a maior lição de todas. Sua fé, confiança em
D-us, e caráter exemplar foi um padrão que segui para resto minha vida e me alimentou no caminho da justiça, o caminho de um real elevado TZÁDIK!
Deste Grande Justo minha alma absorveu vida e sustento, me dando força para seguir a fundo nos caminhos do grande Tzadik:
Rebbe Nachman de Breslev.
Quando os ingleses entraram em Tibéria no fim da primeira guerra mundial, uma peste começou (D-us nos poupe), durante esta peste a maior parte dos filhos do Rabi Yisrael Karduner morreram.
Ele ficou com somente um filho, de doze anos de idade. Mas Rabi Yisrael Karduner aceitou o decreto com firmeza e convicção. Rabi Yisrael Karduner ficou muito doente e fraco. Ele disse, que com a sua morte, ele estancaria a peste, e sua expansão. E foi de fato o que ocorreu depois que ele morreu a peste parou. Eu me senti entregue em abandono na desolação das trevas. Depois de um tempo eu fui para Jerusalém, para ouvir os ensinamentos da Chassidut Breslev dos anciãos de lá, que eram homens preciosos. Rabi Yisrael Karduner estava sempre num estado de santidade total durante toda a semana, e no Shabat ele era muito sagrado. Ele de fato podia ver e experimentar a luz do Shabat. Sua voz cantando e seus movimentos eram fantásticos. Ele cantava e dançava junto com todos os convidados na noite do Shabat. Isso deixava os moradores admirados, desde que nenhum outro rabino transmitia tamanha felicidade e luz para eles.
Eu também testemunhei nele fé e confiança em D-us que é impossível de imaginar e descrever. Uma vez eu o vi na tumba do Rashbi (Rabi Shimon Bar Yochai) em Meron, num dia de inverno. Ele ficou o dia todo recitando salmos do rei David. Sua palavras eram como carvão em brasa, exalando temor a D-us, devoção, sinceridade, como eu nunca tinha visto ou ouvido. Geralmente lagrimas lhe corriam pelo rosto, as lagrimas do Rabi Yisrael Karduner continuaram até que o chão ficou molhado. Eu vi isto com meus próprios olhos.
Em outra ocasião nos estávamos caminhando a um moshav. Quando fomos surpreendidos por uma terrível tempestade. Tudo ao redor estava se inundando, e nos tivemos que por toda nossa energia para salvar a nossas vidas, a água estava arrastando lama e detritos, o perigo era de esgotar nossas forças e nos afogar nas águas que desciam montanha abaixo. Horas se passaram no escuro total sem ver mesmo uma luz distante. Finalmente, nós notamos uma lamparina numa casa e nos fomos até lá e o dono nos convidou para entrar. Quando o dono da casa viu nossa condição, ele nos deu roupas secas e chá para beber. Rabi Yisrael Karduner se preparou para rezar a prece da noite. Eu estava convencido que esta noite, depois de tudo que passamos, ele não estaria disposto para rezar a prece da meia noite o Tikkun Chatzot.
Eu estava tão exausto que não podia mover os meus membros. A família preparou camas para nos e todos fomos dormir. Antes de eu ver, Rabi Yisrael Karduner levantou da cama como um leão. Eu nunca tinha visto a prece da meia noite assim. Ele preparou sua mesa e velas. Eu estava tão exausto que não conseguia nem dormir. Finalmente eu também levantei e me aproximei da porta com cautela. Eu vi que a mesa que estava o Rabi Yisrael Karduner rezando, tremia como uma maquina. Eu me senti envergonhado estava com medo de me aproximar, mas estava com vontade de cumprir a obrigação religiosa de todas as noites. Finalmente eu criei coragem e caminhei até ele, eu vi sua face incandescente. Quando eu vi isso eu me senti mais envergonhado ainda.
Na manhã seguinte, Rabi Yisrael Karduner rezou com o sol nascendo como sempre fazia. A sua reza teve uma melodia doce que todas as pessoas da cidade vinham ouvir ele rezar, muitos ficavam parados nas janelas por algum tempo enquanto iam trabalhar. Eu estava com ele quando ele disse o Shemá Yisrael (prece básica de todo judeu) com tanta concentração que eu pensei que sua alma iria deixar o seu corpo. Seu desejo de se aproximar de D-us era tão intenso que ele chorava como um bebê durante as preces. Depois o dono da casa ficou ao lado do Rabi Yisrael Karduner assim se estivesse na presença de um rei. Ele preparou um banquete para nos. A esposa do dono da casa, sentindo a santidade do grande Rabi, cobriu os cabelos e agiu de forma recatada. Rabi Yisrael Karduner não comeu o banquete e pediu aos donos do casa desculpas, por que era seu costume comer somente pão e chá.
Na infância Rabi Yisrael Karduner era amado por todas as pessoas da sua cidade na Polônia. Seu pai era um proeminente comerciante, e Rabi Yisrael Karduner comandava os negócios. Ele me disse que seu coração estava sempre queimando em desejo e temor aos céus. Ele se escondia atrás dos barris nos depósitos do seu pai onde podia praticar a meditação Hitbodedut, e gritava silenciosamente do fundo do seu coração pedindo a D-us para que ele merecesse ser um judeu puramente justo. Ele começou fazendo isso mesmo antes de se ligar ao nosso mestre, Rebbe Nachman de Breslev. Diante da sua grande retidão e devoção, as pessoas da cidade estavam interessadas nele para casar com suas filhas. Uma vez ele estava olhando através alguns manuscritos achou alguns ensinamentos do Rebbe Nachman, mas naquela época ele não sabia ele quem era o autor. Tão grande foi o efeito nele que Rabi Yisrael Karduner em pouco tempo ficou conhecido como um Breslover Chassid. Seu pai tentou parar seus envolvimentos com a Chassidut Breslov, mas foi tudo em vão. Finalmente ele jurou deserda-lo de toda sua herança, então Rabi Yisrael Karduner deixou sua cidade e foi para Uman, na Ucrânia, onde o Rebbe Nachman está enterrado, lá ele ficou por muitos anos e depois se casou. Seu pai depois de um tempo desistiu da sua oposição ao ilustre filho.
Rabi Yisrael Karduner tinha muitos nomes.
O sobrenome da sua família era Halperin, mas eles o chamaram de Karduner em função do nome da sua cidade de nascimento. Em Jerusalém, Tzefat, e Tibéria eles o chamavam de Rabi Yisrael Breslover, e na sua tumba em Tibéria esta escrito, "Aqui esta enterrado Rabi Yisrael Breslover, filho do Rabi Yehuda Leib."
Ha um outro importante acontecimento para relatar sobre um certo prosélito (pessoa que se converteu ao judaísmo), que estava ligado a Chassidut Breslev. Ele viveu em Tibéria, mas nasceu na Rússia. Um homem muito digno, ele recitava o livro de rezas (sidur) de ponta a ponta. Sua face brilhava de temor a D-us e se assemelhava a um leão. Ele era uma pessoa enorme, que poderia comer uma bandeja inteira de pão por refeição. Naqueles dias de extrema fome, ninguém queria convida-lo, ou estava disposto a mostrar hospitalidade, e ele ficou sem rumo. Rabi Yisrael Karduner mostrou piedade ao seu irmão de fé foi muito grande, que ele arranjou um local para este homem em sua própria casa. Como o homem não tinha trocado de roupa, ele exalava um odor terrível. Sua camisa estava encardida de suor e sujeira. Ninguém agüentava ficar perto dele. A festividade de Pessach estava se aproximando, Rabi Yisrael Karduner arranjou novas roupas para ele. O homem se lavou, botou sua nova roupa, e foi o convidado de honra do Rabi Yisrael Karduner durante todas festividades de Pessach, que dura muitos dias. Após o Seder de Pessach (leitura do relato da libertação do Egito), eu rapidamente terminei a Hagadá e fui ver o Rabi Yisrael Karduner. Eu achei uma multidão de pessoas lá, e dentro da casa tinha uma intensa luz, danças e felicidade. E o prosélito estava extremamente feliz por ter se tornado judeu e por ter conhecido Rabi Yisrael Karduner. Ele viu muita sensibilidade, doçura e amor nos mandamentos de D-us, que ele começou a dançar com extrema alegria. Ele era imenso e casa inteira estava tremendo. Eu me aproximei da porta, e estava com uma certa timidez na hora de entrar, pois eu vi que a presença divina estava sobre a casa. Depois eu entrei a participei das danças, que duraram até a madrugada. Depois da morte do Rabi Yisrael Karduner, eu acordava a meia noite e ia para a mikveh (imersão ritual). Uma vez eu estava dentro dela e subitamente me cai num sono profundo com o meu livro nas mãos e sonhei que eu estava no oceano com as ondas quebrando em cima de mim. Eu já tinha desistido, e estava certo de que eu iria afundar. De repente eu vi uma pequena luz numa casa no meio do oceano, e senti um certo alívio. Desesperadamente tentei entrar na torre, eu escalei os degraus usando toda minha força, e fiquei muito feliz por ter sido salvo das águas agitadas . Eu fui a uma entrada onde havia muitas salas. Eu passei por todos as salas exceto uma ultima. Lá eu abri a porta e vi um ancião, e sua barba branca era tão longa que ia até quase os seus pés. Ele tinha uma beleza e encanto não vista neste mundo. Sua face era jovem e amável. Quando eu entrei o ancião estava sentado numa cadeira e havia alguém caminhando ao redor dele em círculos. O ancião me saudou com um amor tão forte, que eu acordei. Eu ponderei sobre o significado deste sonho, mas eu não podia encontrar qualquer interpretação. Então eu pedi piedade a D-us que me mostrasse uma referencia a esse sonho, então eu peguei um livro da mesa. O livro se chama Chayei Moharan. E eu abri sem escolher nenhuma pagina especifica e li que o Rebbe Nachman algumas vezes aparece à uma pessoa em sonhos na forma de um Ancião.
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